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Sunday Drops 🌊 #18
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Sunday Drops 🌊 #18

Paul Graham sobre excelência, o poder das marcas, tempo para conquistar product market fit e a navalha de Occam

Lucas Abreu
Jun 6, 2021
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Domingão de Sunday Drops.

Vambora para a primeira edição de junho, a #18 do ano. Separei alguns artigos e reflexões que estiveram nos meus pensamentos nessa última semana.


Sobre excelência

Me deparei essa semana com um discurso que Paul Graham preparou para alunos de uma High School nos Estados Unidos. O que me tocou nas palavras de PG é que ele acredita que existe uma deturpação quando se fala de gênios ou pessoas que conseguiram grandes feitos na sua vida. As histórias de vida dessas pessoas são vistas como resultantes de um Q.I alto ou de um dom que uma força superior escolheu para esses seres especiais.

PG discorda dessa visão. Para ele, a causalidade do sucesso está atrelada principalmente ao trabalho duro. E esse pensamento acaba por ser desconfortável para as pessoas, uma vez que nos tira a crença limitante que alguma pessoa é favorecida por um fator exógeno.

"Which is an uncomfortable thought. If they were just like us, then they had to work very hard to do what they did. And that's one reason we like to believe in genius. It gives us an excuse for being lazy." PG

Na minha carreira, tive o prazer de trabalhar com gênios, pessoas respeitadas e renomadas nas mais diversas ciências. A cada dia eu vejo mais que o sucesso está correlacionado ao trabalho duro que elas fizeram, que permitiram a "Boa Sorte", isto é, o alinhamento entre sorte e preparação.

Genialidade existe sim, mas não corresponde nem por 1% dos grandes sucessos. O que está por trás é trabalho duro.

In fact I suspect if you had the sixteen year old Shakespeare or Einstein in school with you, they'd seem impressive, but not totally unlike your other friends - PG


Sobre Product Market Fit

É curioso como um conceito criado há mais de 15 anos, quando o iphone nem tinha sido lançado, ainda é o mais importante para as startups early stage. Estou falando do Product Market Fit (“PMF”), que é supostamente esse “momento mágico” no qual as empresas conciliam a entrega de valor do seu produto com uma necessidade existente de uma parcela de pessoas/empresas.

Product Market Fit é um desses conceitos que são fáceis de entender, mas, na prática é muito difícil de articular o que de fato é. Para mim, enquanto para algumas startups o PMF é algo óbvio, para a maior parte delas compreender se tem ou não o PMF é uma grande incógnita.

Lenny Rachitsky compartilhou algumas histórias sobre o tempo e como foi o PMF de startups de marketplaces.

-> Time to Product Market Fit https://www.lennysnewsletter.com/p/time-to-product-market-fit

-> Também já escrevi um artigo sobre mensurar PMF através de 2 métricas.


Sobre o poder das marcas

No último Sunday Drops, comentei que Peter Thiel acredita que existem 4 formas de uma empresa evitar competição e acessar lucros monopolistas. Uma delas é através do Branding.

Fico impressionado que mesmo em meio a uma sociedade com tantas opções de consumo, o poder da marca ainda se faz tão presente.

Durante 1 semana em Maio, o mais rico do mundo não era Bezos, Musk, Gates ou Zuckenberg, era Bernard Arnault, fundador e principal acionista da LMVH, empresa dona das marcas como Dior, Louis Vuitton, Givenchy. A empresa tem um market cap de € 320 bilhões e fatura € 50 bilhões por ano através de 75 marcas de luxo.

Se você entender o que há por trás dessa gigante, é o poder de construir marcas. Não dá para menosprezar a qualidade do produto como parte da equação, mas sem dúvida a jogada é criar experiências, campanhas, produtos que alavanquem a percepção de valor da marca.

Jobs tem um belo discurso em 1997 no qual ele fala sobre como estava re-orquestrando o marketing da Apple

To me, marketing is about values. This is a very noisy world. And we’re not going to get a chance to get people to remember much about us. No company is. And so we have to be really clear about what we want them to know about us….

One of the greatest jobs of marketing that the universe has ever seen is Nike. Remember — Nike sells a commodity; they sell shoes. And yet when you think of Nike you feel something different than a shoe company. In their ads, they never talk about the products. They don’t tell you about their air soles and why they’re different from Reebok’s air soles.

What does Nike do in their ads? They honor great athletes, and they honor great athletics. That’s who they are; that’s what they’re about.

Essa sessão foi um sumário das ideias retratadas por Alex Taussing, no seu ótimo texto sobre branding.


Occam's Razor - Modelo Mental

Tenho estudado sobre modelos mentais e pretendo adicionar esporadicamente uma sessão nos Sunday Drops com um sumário sobre algum modelo.

O de hoje é o Occam's Razor ou em português, a Navalha de Occam. O criador desse modelo foi um frade e filósofo inglês William of Ockham que viveu na idade média.

Esse modelo mental advoga pela simplicidade. Em suma, ele diz que se existem duas teorias sobre algo, sempre é preferível escolher a mais simples em comparação a mais complexa. Soluções simples são fáceis de verificar e de se explicar pois usualmente envolvem menos hipóteses.

Einstein foi um dos cientistas influenciados pela heurística de Occam. Para ele:

Dificilmente se pode negar que o objetivo supremo de toda teoria é tornar os elementos básicos irredutíveis tão simples e tão poucos quanto possível, sem ter que renunciar à representação adequada de um único dado da experiência.” Ou “Tudo deve ser o mais simples possível, mas não mais simples” Einstein

Até a teoria de Pareto casa com o principio da simplicidade. A ideia que 20% dos fatos explicam 80% dos outputs de qualquer evento é alinhado com o principio que poucas variáveis explicam a maior parte do resultado de qualquer aspecto da vida, dos negócios ou da ciência.

Como todos os modelos mentais, vai existir imperfeições mas vale a pena aplicar essa heurística principalmente para primeiros entendimentos sobre um novo assunto.

A verdade é que o mundo de buzzwords, da complexidade de excessiva tende a ser repleto de bullshitagem.

Aprendi com o mestre Fernando Reinach que os assuntos mais complexos, como deep tech, podem ser discutidos através de termos simples, que é como ele faz no seu blog do estadão desde 2004. É um desafio, inclusive para mim, expressar teorias e pensamentos de forma mais simples. Mas a real é que acredito que na simplicidade que se reside a real sabedoria.


Anáfora


Foto da semana

escritório improvisado enquanto escrevia esse Sunday Drops 🌊


É isso pessoal,

uma semana de muitas conquistas para vocês,

lucas

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Jorge Filipe
Jun 7, 2021Liked by Lucas Abreu

Vlw Lucas, obrigado por mais essa news, o artigo sobre PMF é muito bom.

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1 reply by Lucas Abreu
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