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Os melhores conteúdos que li ou escutei recentemente.
How Ramp builds Product - Lenny Rachitsky
Ramp é uma plataforma de gestão de gastos corporativos. É provável que ela foi a startup que alcançou o crescimento mais rápido da história, alcançando US$ 100M de receita anualizada em menos de dois anos. Nesta entrevista com Geoff Charles, VP de Produto, Lenny disseca a cultura de produto e tecnologia da Ramp. O que me chamou a atenção:
a) O valor mais significativo da cultura da Ramp é Velocidade. Todos os processos, rituais e planejamentos são programados para priorizar a agilidade na execução e tomada de decisão. Geoff até utiliza esta frase: Any second you spend planning is a second you don’t spend doing
A minha percepção é que a velocidade é um dos fatores cruciais para o sucesso de uma startup. Quanto mais rápido a iteração, mais rápido são os aprendizados, mais rápido é o entendimento das reais necessidades dos clientes e por consequência, mais rápido o crescimento e alcance do Product Market Fit.
b) Organização Outcome driven. Na Ramp, não há recomendação do uso de alguma ferramenta específica. Cada um usa a que quiser. Isto diz muito sobre a cultura, que valoriza resultado ao invés de ferramentas ou metodologias.
c) PMs são requisitados a fechar a venda dos primeiros 5-10 clientes dos novos produtos. É uma regra dentro da Ramp para acelerar a curva de aprendizado sobre o que o cliente realmente quer e interar até o produto estar adequado antes de utilizar o time de Go-to-Market.
São insights práticos que te ajudarão a criar uma cultura e organização mais veloz na execução. Recomendo a leitura:
Envie esta edição para seu sócio (a), head de produto ou no slack/teams!
Evolução do VC no Brasil e perspectivas para o futuro
Meus colegas, Guilherme Lima e Vitor Parajo, mergulharam na história do Venture Capital brasileira através de muita pesquisa e entrevistas para escrever sobre esta breve e intensa história.
O que me chamou a atenção é o flywheel da prosperidade. A evolução é exponencial a partir de 2010, momento em que mais capital entrou no mercado dado o surgimento de fundos (como a Astella) a captação do fundo de US$ 96MM da Kaszek (2011) e o surgimento da Spectra, que é o fundo de fundos mais ativo da região. A disponibilidade de capital gerou um efeito muito positivo na região ao financiar a primeira safra de “venture-backed” startups, que gerou a formação de muitos talentos que hoje lideram empresas de tecnologia no país.
Bessemer Venture Partners - Building a VC firm that last centuries
BVP tem 112 anos de existência e três dos seus General Partners compartilharam aprendizados no ótimo podcast Invest Like the Best. Highlights:
(9') Cada partner é empoderado e tem autoridade a tomar sua própria decisão por design. As decisões não acontecem por consenso.
Isto faz com que o decisor tenha grande “accountability” pelo sucesso ou fracasso do investimento.
(27') BVP é famosa pelos talentos que ela forma internamente. O modelo de aprendizado, segundo os GPs, não tem uma pílula mágica. Ele é pautado no aprendizado e tempo gasto com GPs mais experientes e muito acelerado pela honestidade intelectual dentro da gestora.
(35') Kent Benett compartilha que o “clear signal” que ele busca em qualquer investimento é conversar com os clientes. Se o cliente apontar como incrível, é a melhor indicação que pode-se ter sobre uma empresa.
(39') É mais fácil construir um negócio incrível em oportunidades Greenfield, ou seja, inexploradas (como o Shopify). É o setup ideal para líderes de mercado. Caso seja um campo com concorrentes, é necessário um produto que seja “10x” melhor ou então, muito mais barato.
A conversa é muito boa e se você trabalhar com investimentos, recomendo.
Read - Byrne Hobart
Byrne é o meu escritor preferido em 2023. A sua newsletter "The Diff", que discute inflexões entre finanças e tecnologia, é uma leitura obrigatória todas as semanas.
Nesse momento, estou revisitando tudo que Byrne já escreveu ao longo dos anos e, durante esta pesquisa, deparei-me com um artigo excepcional sobre a importância da leitura.
You will not learn anything of lasting importance from TV, movies, podcasts, or that execrable Existential Comics thing. Even at 3x speed, they’re junk food. The way serious people learn is by reading. The way they share important information is by writing it down. Read, read, read. Rich people read a lot — Forbes asked a while ago, and the modal answer was two hours per day. (The national average is about twenty minutes.)
Byrne argumenta que as outras formas de mídia (vídeo, podcast, Twitter) são excelentes sintetizadores, mas não produzem o efeito que a leitura tem no cérebro humano. Consolidar um conceito ou aprendizado é diferente depois de ouvir um podcast ou ler um livro. Curiosamente, tenho sentido isso na prática: sou um grande fã de podcasts, mas senti que não estava consolidando conceitos após ouvir um episódio. Por isso, criei uma regra para mim mesmo: sempre registrar as descobertas do "último podcast" antes de avançar para o próximo.
Este artigo me incentivou a voltar a ler com mais frequência. Comprei um livro de ficção, “Assassinos da Lua das Flores", de David Grann, que é a história que inspirará o próximo filme Martin Scorsese com Leonardo DiCaprio que vai ser lançado em outubro.
Espero que tenha gostado desta edição.
Quero ressaltar que temos um canal aberto para discutirmos: se quiser falar sobre algum assunto relacionado a startups, tendências, carreira, dê reply neste email ou me envie mensagem no: lucasbarbosaabreulima@gmail.com.
Se curtiu a edição, envie para alguém que trabalha ou gosta de tecnologia e startups!
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