Sunday Drops 🌊 #21
Encontre sua vantagem de distribuição; Os segredos das superempresas; Newsletters; O poder do product thinking; Modelo mental da meia vida;
Fala Pessoal,
Vamos para a edição #21 do Sunday Drops. São 21 domingos já e agradeço a todos meus leitores pelo apoio nesse período. É muito especial saber que pessoas que sonham tão grande estão curtindo meus textos, de verdade.
Compartilho hoje reflexões e artigos sobre diferentes tópicos relacionados ao mundo de estratégia, startups, produto e outros assuntos.
Vocês verão ao longo dessa edição que faço referências a colegas que respeito muito do mercado de VC e que me compartilharam ou escreveram artigos/reflexões super interessantes sobre diferentes assuntos. Obrigado meus caros 🤝
Sobre Charles Schwabb e sua newsletter nos anos 60
Quando procurei sobre a história das newsletter, me surpreendi ao descobrir que elas não são uma invenção da internet.
Um dos cases mais legais é de um tal de Charles Schwab. Conhece?
Charles é fundador da tradicional corretora que leva o seu nome, cujo valor de mercado hoje é de 136 bilhões de dólares.
Em 1963, recém formado do MBA em Stanford ele começou a newsletter Investment Indicator, que educava os investidores "pessoas físicas" sobre o mercado de ações. No seu auge, 3.000 assinaram a newsletter pagando US$84 dólares ao ano, totalizando uma receita anual de 252 mil dólares (o que corrigindo para valores atuais, seria algo em torno de US$2 milhões)
Somente em 1973 que ele entrou para o business de corretagem. A beleza dessa história é que a Schwab foi a corretora que democratizou o acesso ao mercado financeiro para pequenos investidores e tudo começou a partir do pilar de conteúdo para esse público.
Mesmo no mundo pré internet, a estratégia da Schwab está alinhada a nova economia. Uma curiosidade é que essa corretora foi o benchmark favorito da XP Inc., que também empoderou os pequenos investidores no Brasil a partir da educação.
Construir audiência hoje é uma vantagem competitiva.
Foto abaixo não é da news do Charlie mas expõe como eram as newsletters do passado.
Quem sabe um dia não faço uma edição especial em papel 😂
Encontrando a sua vantagem de distribuição
Os leitores mais antigos da newsletter já me viram usando essa frase de Peter Thiel:
Vendas e distribuição superiores por si podem criar um monopólio, mesmo sem diferenciação de produto. A recíproca não é verdadeira. Por mais forte que seja seu produto — ainda que se enquadre facilmente em hábitos estabelecidos e que todos que o testam gostem dele imediatamente — , você ainda precisa respaldá-lo com um plano de distribuição forte. — Peter Thiel
A real é que uma startup para despontar precisar ser ninja em alguma estratégia de distribuição. Precisa que se destacar em relação aos concorrentes, uma vez que hoje a atenção dos consumidores é muito concorrida e existe uma oferta maior de competidores.
Lenny Rachitsky escreveu na sua newsletter um ótimo artigo que descreve as 7 possíveis vantagens únicas de distribuição que uma startup pode ter, conforme a imagem abaixo:
Lenny fez um deep dive nos 7 modelos possíveis de vantagem de distribuição que são aplicáveis a startups:
👉 Artigo
👉 PDF (vale a pena encaminhar para o seu time de mkt&vendas 😉)
Sobre o segredo das super-empresas
“Se eu pudesse escolher um superpoder, sem dúvida, escolheria o tele transporte. Estar em qualquer lugar do mundo quando bem entendesse, sem custo e sem perda de tempo. Poderia pular direto da minha cama para os mares azuis da Indonésia e de lá, encontrar um empreendedor em NY para tomar um café e conversar sobre o problema que está tentando resolver. Tudo em um mesmo dia.
Depois dessa divagação me pus a pensar sobre o tamanho da assimetria que se criaria entre pessoas com superpoderes e meros mortais. Afinal, eles são mais do que humanos, são super-humanos. Se alguém pudesse ler a mente dos outros, ao certo, teria o poder de dominar todos aqueles a sua volta.
O ponto é, que, por mais que superpoderes, no seu significado literal, não existam, outros tipos de poderes (mais reais!) podem ser desenvolvidos de forma a criar uma vantagem competitiva e uma barreira de entrada enorme frente aos concorrentes.
Quem faz muito bem essa analogia para o campo das empresas é o autor Hamilton Helmer em seu livro “7 Powers: The Foundations of Business Strategy”, onde destaca o que para ele são os sete grandes poderes de um negócio. Na visão dele, para um business ser bem sucedido ele precisa ter, no mínimo, um desses sete.
Já adianto que o livro não foi pensado por uma ótica exclusiva de Venture Capital, mas eu, como uma boa analista, vou aproveitar o livro bem escrito e a inteligência do autor para fazer analogias com o mercado de VC e, mais especificamente, com uma das nossas investidas.”
Essa é a intro de um texto bem escrito, gostoso de ler e didático da Luisa Dalla Costa, da Positive Ventures. Para aprender com as estratégias das super-empresas e conhecer 3 cases de sucesso, clica no link abaixo para acessar o artigo completo.
👉 O segredos das super-empresas
The Power of Product Thinking
Meu amigo Vitor Miele me compartilhou esse artigo incrível do Future sobre produto. O conceito de Product Thinking é poderoso, e confesso que não conhecia. Vou destrinchar ele:
O que é product thinking?
É a habilidade de entender o que faz um produto ser útil e amado pelas pessoas. Product Thinking é um conceito mais holístico e até mesmo filosófico sobre as razões de sucesso de um produto.
Por quê é importante?
Produteiros tem um stack robusto de metodologias para usar na construção de produtos como o Design Thinking. São processos "científicos”, que envolvem prototipação e coleta de feedbacks a fim de buscar resolver problemas.
A importância de usar Product Thinking é a agregação da visão macro sobre todo o processo. O foco é gerar respostas para o Why e How a dor de um usuário será resolvida por meio do produto. Outro aspecto trazido pela autora é que para construção de um produto são necessárias milhares de decisões, pequenas e grandes. Em algum momento, será preciso confiar nos instintos pois não haverá tempo hábil ou mão de obra para aplicar metodologias. Logo, a capacidade de entender de forma holistica o que faz um produto ser util e amado é ainda mais importante nessas horas. Por exemplo, para tomar decisões sobre o produto, CEOs precisam ter um Product Thinking apurado.
Como desenvolver?
Assim como qualquer habilidade, ela pode ser desenvolvida e afiada ao longo do tempo. A autora sugere o exercício de duas atividades:
Observação
Observação é sobre prestar atenção a reação das pessoas quando elas encontram produtos ou serviços no dia-dia. Isso envolve observar tanto a reação de famílias/amigos/colegas que usam produtos quanto os feedbacks públicos (reviews na web, comentários, etc)
Investigação
Investigação é sobre o uso da palavra mágica why. É sobre a busca pelas razões por trás das reações das pessoas. Sugestões da autora: Leitura sobre comportamento humano, leitura de cases, solicitação de feedbacks dos clientes constantemente. Outra sugestão valiosa é o teste de um novo produto/feature por semana acompanhado idealmente da conversa com outra pessoa que também conhece o produto.
👉 The Power of Product Thinking
Sociedade
Como Lucas Lameiras twittou: More connected than ever, less connected than ever 🌎
15% dos homens e mulheres americanos não tem amigos próximos, o que é um crescimento muito alto em comparação a 1990.
Modelo Mental
Meia Vida: O tempo requerido para um elemento ser reduzido a metade do seu valor inicial.
Uso esse conceito como uma proxy da durabilidade dos outputs da minhas ações.
Meia vida de uma sessão no Clubhouse: muito baixo.
Meia vida de um tweet: baixo
Meia vida de um blog post: médio
Meia vida de um livro: longo
Meia vida do produto de uma startup que invisto: espero que muito longo.
👉 Half Life - Farnam Street
Foto da semana
Depois de muito tempo, revi Godfather 1&2. Que filmes.
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Uma ótima semana a todos,
Lucas