Sunday Drops 🌊 #112
A importância do branding, o futuro do AI, lições do founder do HubSpot, vaga para chief of staff e crescimento no linkedin.
Olá pessoal,
Estava com saudade do formato do Sunday Drops com reflexões diversas. Para hoje, preparei quatro temas:
Branding no Early Stage
A imprevisibilidade da AI
Lições do fundador da HubSpot
Vagas: Chief of Staff
Antes de mergulharmos no conteúdo, quero compartilhar uma novidade:
Em 2024, ultrapassei 1,2 milhão de visualizações no LinkedIn. Para celebrar, criei um guia prático com dicas para acelerar seu crescimento na plataforma. Quer acessar? É simples: compartilhe seu link exclusivo do Sunday Drops e peça para um amigo ou colega assinar a newsletter. Basta usar o link abaixo:
O Sunday Drops de hoje é apoiado pela Alice.
Eu tenho muito admiração por essa empresa. Uma das coisas que mais me chamou a atenção quando visitei a sede foi o mural na entrada com histórias sobre os clientes, as dores que eles resolvem, os founders e toda a trajetória. Uma coisa ficou explícita: o quanto a empresa é customer centric. Isso é, em parte, legado das trajetórias anteriores dos founders: 99 e Dr. Consulta.
Entenda, pelas palavras de André Florence (CEO), o que torna a Alice tão única:
Basta pensar em plano de saúde para vir à mente palavras como 'burocracia' e 'insustentabilidade'. Mas já existe uma solução que não só oferece reajustes 42,5% menores que a média do mercado, como também possui 77% de seus usuários que afirmam estar com a saúde "boa" ou "excelente": Alice. Esses são resultados de um modelo que combina tecnologia, atenção primária e coordenação de cuidado integrada. Em um cenário de crise no setor, onde, cada vez mais, o sistema piora a saúde das pessoas, aumenta custos e reduz acesso, a Alice oferece uma solução mais eficiente, que entrega o cuidado certo, na hora correta, no lugar ideal. Para além da experiência que oferecemos a quem utiliza o plano, somos parceiros estratégicos dos decisores e os empoderamos com dados populacionais confiáveis. Assim, possibilitamos a gestão proativa da saúde e decisões estratégicas.
Alice: Saúde como deve ser.
A oportunidade no Branding
No episódio do Sunday Drops Podcast deste domingo, recebi Gabriel Costa, o Mineiro, fundador da Merlin e do GLA. Dentre outros assuntos, Mineiro compartilhou insights valiosos sobre como o branding é uma das maiores oportunidades de gerar valor e de acelerar o crescimento, mesmo com recursos limitados.
O growth hacker é um "caçador de assimetrias", buscando maneiras de gerar crescimento desproporcional com investimentos reduzidos. Uma das maiores que existem hoje é construção de marca. Na Merlin, ele começou investindo em branding antes de qualquer mídia paga ou produto funcional. Isso incluiu investir em uma agencia para criar a marca desde o dia 1, ter um mascote que se tornou um elemento central, podcast, presença massiva em rede. Tudo isso resultou em uma identificação imediata com o público almejado (no caso deles, o marqueteiro da gambiarra) e uma comunidade engajada.
Mineiro acredita que construir uma marca forte não é apenas uma defensibilidade, mas também uma das principais alavancas de crescimento para startups em busca de product-market fit. Em suas palavras: “Uma marca bem feita protege a empresa e a torna mais difícil de ser desafiada por competidores.”
Essa é uma tendência que venho observado em outras startups no early stage:
Na última semana, a Nexa Finance, uma startup focada em tokenização (registro de ativos do mundo real na blockchain), lançou um relatório profundo sobre o momento e as oportunidades deste mercado . A empresa posicionou-se como referência antes mesmo de entrar em uma fase de expansão. Isso é importante ainda mais em novos mercados, como é o caso da Nexa. Se você se interessa por esse mercado, recomendo a leitura e fica o exemplo para outras empresas tentando formar mercados.
Outro caso é a Purple Metrics, liderada pela também creator Guta Tolmasquim. A empresa e a CEO se tornaram sinônimo de branding graças aos conteúdos que geram autoridade. Um dos aspectos interessantes é a postura multiplataforma: A empresa tem conteúdos autênticos com sucesso no linkedin, tiktok e instagram.
A maior parte dos mercados estão saturados de soluções e assim, investir em branding desde cedo torna-se essencial. É uma maneira de criar conexões profundas com o cliente e construir um diferencial competitivo duradouro. É aquela frase de Nick DeWild:
Atenção é como oxigênio para marcas. Aqueles que conseguem capturar ganham uma chance na vida, enquanto aqueles que não conseguirem vão desaparecer.
Conectando com o último artigo, é um moat.
Links para se aprofundar:
A incerteza do futuro da AI
Almocei esta semana com o amigo Reinaldo, founder da Niu Ventures. Aproveitei para perguntar a ele, que vive na Califórnia, o que o deixou mais impressionado em relação à AI recentemente. Sua resposta foi direta: o fato que ninguém sabe o que acontecerá nos próximos dois anos.
Tenho amigos na DeepMind, OpenAI, Gemini, e nenhum deles tem muita confiança sobre o futuro. Essa imprevisibilidade é assustadora.
Como explicou um pesquisador da Anthropic em entrevista a Lex Friedman, "ninguém programa uma AI, você a cultiva." Ela se desenvolve de forma autônoma e randômica, com comportamentos frequentemente imprevisíveis. Essa aleatoriedade pode tanto levar a uma curva de crescimento exponencial quanto a uma estabilização.
Outro fator que gera incerteza são os altos investimentos no setor: Nos últimos 5 anos, apenas Microsoft, Meta e Google, investiram US$370bn em novas infraestruturas físicas focadas em AI. Os gastos anualizados, a partir do último quarto, é de US$170bn. Para efeito de comparação, a maior hidrelétrica do mundo, a usina de Três Gargantas na China custou US$25bn. Essas big techs gastaram 14 vezes mais e ninguém sabe o que esperar como retorno. Mas isso pouco importa para elas. Com capital acumulado e um fluxo de caixa robusto, essas empresas têm o luxo de pensar no longo prazo. O possível upside — dominar uma tecnologia como a singularidade — justifica qualquer risco.
Um ponto interessante do almoço foi o roadmap vazado da OpenAI (jul/24), que revelou o foco em agentes autônomos como a próxima grande tecnologia. Esses "agentes" prometem automatizar tarefas do dia a dia de forma independente e devem ganhar tração nos próximos dois anos.
Parece que estamos indo para o level 3 e sinais dessa tendência já aparecem. Hugo Barra, um dos brasileiros mais influentes no mercado tech, fundou recentemente a /dev/agents, com o objetivo de criar o próximo sistema operacional para agentes de AI. A empresa levantou US$ 56 milhões em sua rodada inicial e já é avaliada em US$ 500 milhões.
Spoiler: no The Next Big Thing 2025, já temos quotes de grandes líderes sobre o tema 👀 (cc:
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Saiba mais sobre AI, agentes e imprevisibilidades:
Salesforce CEO Marc Benioff Has Thoughts on AI Agents, Automation, and The Future of Your Job
A nova empreitada de Hugo Barra mal nasceu e já vale US$ 500 milhões
Lições do fundador do HubSpot.
Um dos melhores artigos que li recentemente foi do Brian Halligan, fundador do HubSpot.
Ele compartilhou insights incríveis sobre a trajetória da empresa, que cresceu do zero para um valuation de US$25 bilhões. Vou destacar alguns pontos, mas se isso te interessar, recomendo a leitura completa:
1. Suor vs Inspiração:
“No modo startup, o papel do CEO é 90% suor e 10% inspiração. No modo scaleup, é 10% suor e 90% inspiração.”
2. Dois passos à frente, um para trás:
De fora, o crescimento do HubSpot parece uma trajetória linear ascendente. Mas, na prática, é diferente. A melhor descrição seria: dois passos à frente, um para trás, repetidamente. Nunca encontramos uma "bala de prata". Não houve uma contratação, cliente, parceiro ou investidor que nos impulsionasse mais que dois passos. É uma jornada contínua e desafiadora.
3. Sua cultura é seu segundo produto:
No HubSpot, temos dois produtos: um que vendemos aos clientes (o CRM) e outro que "vendemos" aos funcionários (a cultura). Assim como o produto, a cultura precisa ser única em relação à concorrência (por talentos) e muito valiosa (para atrair e reter talentos). E, como o produto, nunca está "pronta" — requer iteração contínua.
4. A cultura geralmente “quebra” com cerca de 150 funcionários (número de Dunbar):
Nossa cultura sofreu mudanças nesse tamanho, e isso parece acontecer com quase toda empresa. É uma combinação de fatores, como menos fundadores entrevistando pessoalmente, um novo nível de gestão e aversão a riscos. Superar isso é o que define a transição de uma startup para uma scaleup.
5. Gerencie sua "bateria de confiança" com cuidado:
Como CEO, você começa com a "bateria de confiança" cheia. Com o tempo, ao tomar decisões, algumas corretas e outras erradas, pode perder essa carga, junto com a autoridade moral. Minha regra: você tem algumas "cartas de CEO" para jogar — grandes apostas ou decisões controversas. Mas não tem 52 delas.
6. Recrute de empresas apenas alguns anos à frente:
Isso vale para membros do conselho e executivos. Contratar pessoas de gigantes como Microsoft ou Google pode gerar um descompasso, já que os desafios delas estão em outra escala. Tivemos sucesso contratando pessoas de empresas que admiramos e estão apenas alguns passos à nossa frente.
7. Talento "cultivado em casa" é subestimado:
Quando uma rodada de investimento é concluída, o playbook do VC geralmente recomenda “substituir” talentos internos. Às vezes, faz sentido, mas muitos exageram nisso. Se observarmos as melhores empresas (Apple, Nvidia, Amazon, etc.), suas lideranças têm muitas pessoas que cresceram internamente. No HubSpot, nossa equipe de gestão atual é composta, em grande parte, por talentos "cultivados em casa."
8. Você é observado 10 vezes mais do que imagina:
Ouço frequentemente comentários sobre algo que disse há 10 anos em uma conversa casual, coisas que eu já nem lembrava. Parece que a equipe não presta atenção (foi o que pensei), mas eles observam tudo — palavras e linguagem corporal. Isso pode ser seu superpoder ou sua kryptonita.
9. Alinhar vetores é mágico:
Adotei essa ideia de Elon Musk em um evento da Sequoia. Ele descreve cada funcionário como um vetor com força e direção. Em muitas empresas, os vetores apontam em várias direções. Uma das principais funções do CEO em uma scaleup é contratar pessoas com vetores fortes e alinhá-los na mesma direção.
Fiz um resumo pdf que é perfeito para você compartilhar no WhatsApp:
Saiba mais:
Sua Próxima Oportunidade: Chief of Staff
O Chief of Staff é o "braço direito" do CEO ou fundador, uma posição estratégica que integra equipes, facilita decisões e lidera projetos de alto impacto. Em startups, é comum que seja um profissional jovem:
Principais responsabilidades:
Coordenar projetos estratégicos;
Garantir colaboração e agilidade entre departamentos, ajudando no planejamento e acompanhamento de OKRs;
Facilitar a comunicação entre líderes e equipes;
Identificar oportunidades de melhoria e otimização de processos;
Representar o CEO/fundador em reuniões e decisões estratégicas, quando necessário.
Perfil ideal:
Altamente organizado e orientado a resultados;
Criativo e proativo na resolução de problemas;
Capaz de gerenciar múltiplos projetos simultaneamente;
Excelente comunicador e hábil em relações interpessoais;
Ambicioso e com experiência prévia em startups, consultoria ou gestão (diferencial).
Esse é um dos melhores caminhos para futuros founders. Por isso, quero criar uma lista sigilosa de talentos interessados nessa posição. Assim, quando founders me pedirem ajuda, já terei pessoas para indicar.
Como funciona:
Eu envio os nomes aos founders.
Os founders avaliam e me pedem algumas apresentações;
Faço as intros e o processo segue direto com eles.
⚠ ️ Importante: preencher o formulário não garante contato.
Primeira oportunidade: Uma healthtech a caminho da Série A, que levantou seed com um dos melhores fundos do mundo, está buscando um Chief of Staff. São dois founders que eu acompanho desde antes da fundação da empresa e com certeza, eu trabalharia junto.
Interessado(a)?
Para exposição a vagas de Chief of Staff, preencha este formulário.
Se você é founder e busca um Chief of Staff, envie um e-mail para abreu@sundaydrops.com.
Até próximo domingo,
Lucas Abreu
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