Sunday Drops 🌊 #11
A história do Airbnb, Tiger e o mercado de Venture Capital, trabalho remoto, etc...
Bom dia ☀️
domingão de sunday drops. Nas últimas duas semanas, optei por escrever artigos autorais e nessa semana vou usar o espaço para compartilhar 3 histórias que estão na minha cabeça durante essa semana. Vambora:
Airbnb
Se você trabalha, aspira a fundar uma empresa ou é investidor, reserve um pouco do tempo da sua semana para aprender com essa aula do Brian Chesky, founder do Airbnb no curso Blitzscalling. Ele contextualiza a empresa desde a ideação até a o momento da escala.
Há alguns pontos incríveis dessa jornada que vou listar abaixo (também vou deixar o minuto que Brian detalha esse ponto durante o curso):
Design como proposição de valor (minuto 30:45)
É uma empresa fundada por 2 designers e um dev. É importante frisar que o CEO Brian não tinha nenhuma experiência prévia no mundo tech, apenas um desejo pela aventura. Um verdadeiro first timer. Pela experiência em design, o Airbnb foi pautado no orquestramento da melhor experiencia possível para o consumidor, o que sem dúvida foi um dos fatores que fez a empresa se tornar o que ela é hoje.
Como Steve Jobs diz: "Design não é sobre tornar as coisas mais bonitas e sim sobre como as coisas funcionam".
Resiliência. (a partir do começo do vídeo)
Na Pessoa Física, os founders do Airbnb tinham dívidas relevantes no cartão de crédito. Para capitalizar a empresa, eles venderam cereais customizados na convenção eleitoral de Obama (e deu certo!). Prova da resiliência comprovada pelas palavras do lendário Paul Graham:
Estamos em um período de inverno nuclear de investidores (era o pós crise de 2008 e logo 💰 estava escasso) e só sobreviverão as baratas. E vocês são baratas, então acredito em vocês. Bryan disse que nunca ficou tão feliz em ser chamado de barata. (assista o vídeo abaixo que já está no momento que ele conta essa história que é muito boa)
(iii) O vilão. (1:01 do vídeo)
Um das protagonistas mais peculiares do mercado global de tech do início da década 2010 foram os irmão alemães, ou Samwers brothers. Eles lideram uma fábrica de copy cats: o modis operandi era copiar startups que estavam fazendo muito sucesso, deployar muito capital até o momento que fizesse sentido a venda para um estratégico.
A máquina de copy cat fez sucesso: eles conseguiram vender empresas para o Ebay, Groupon e fabricar inúmeros outros modelos pelo mundo. Eles assustaram vários founders tech. Uma pausa na história para mostrar essa foto deles, que achei super creepy e aumenta a pose de vilão kkk
Em 2011, eles resolveram criar uma cópia do Airbnb. Vou te dar um contexto do tamanho do desafio que isso foi para o Airbnb:
⇒ Airbnb tinha levantado uma rodada série A com Greylock de 7.2 milhões de dólares. Pela primeira vez eles tinham mais grana para construir a empresa.
⇒ Poucos meses depois, os irmãos alemães construiram o Wimbdu, copy cat do airbnb focado na europa. Eles levantaram a maior rodada da história de uma startup na europa até então, captando USD 90M e contrataram 400 pessoas em 30 dias.
⇒ Esse business é pautado no que chamamos de efeito de rede e o mercado é caracterizado como Winners takes all (pretendo aprofundar nesse tema nos próximos artigos), logo ter um competidor capitalizado e que queria dominar o maior mercado de turismo do mundo (europa) era um risco existencial para o airbnb, que na época sequer tinha escritórios e times fora do US.
⇒ Chegou o momento em que surgiu a oportunidade do airbnb comprar a Wimbdu. Só que sob um custo alto (˜25% do airbnb). Bryan foi conversar Mark Zuckenberg que disse: O melhor produto ganhará e com Paul Graham que comentou o que Brian disse que foi o melhor conselho que já ouviu: Vocês são missionários e eles são mercenários... ás vezes os missionários ganham...
⇒ Airbnb não comprou a Wimbdu, entrou no modo blitzscalling e levantou uma rodada de mais de USD 100M, abriu 15 escritórios no mundo e esse momento fez com que a empresa se apropriasse dos efeitos de rede e se tornasse a empresa de turismo mais importante do mundo.
Se tornou a minha história de unicórnio preferida.
Tiger e o mercado de Venture Capital
Mercado de VC está em constante mudança. Quando entrei no mercado em 2017, o investimento total da categoria foi de 910 milhões de dólares. Em 2020, totalizou 3.5 bilhões de dólares.
Enganado está achando que a única mudança é o montante investido. O awareness no segmento trouxe uma diversidade maior de fundos, de estratégias e modus operandi, de tipos de investimento e de especialidade dos fundos.
Globalmente temos um player que está aplicando táticas muito diferentes que é o hedge fund Tiger Global Management. Eles acabaram de levantar o segundo maior fundo de VC da história do Venture Capital americano e eles fizeram 60 deals nos primeiros 90 dias de 2021. Dentre as principais mudanças que esse player traz para o ecossistema late stage de investimento em startups, estão:
Diligência super rápida (há casos que eles fizeram term sheet em 3 dias após a primeira conversa no estágio late stage)
Pagando prêmios altos (todos os fundos estão pagando prêmios altos, ainda assim a Tiger está acima da média de mercado)
Super agressivos no approach de investimento (fazendo propostas de quase irrecusáveis para startups mesmo quando elas não estão em fundraising)
Pouca participação pós investimento (eles terceirizam o value add para a consultoria Bain).
É uma história de um novo entrante que está tentando disruptar uma cadeia pré existente de Venture Capital. Vale muito a pena se aprofundar, até porque é uma história muito boa. Recomendo ler:
Playing Different Games que é o meu artigo preferido do ano, tanto pelo storytelling, quanto pela linha de raciocínio e também referência a Game of Thrones rsrs
O grande Guilherme Lima está super a par dessa história e já deixo um spoiler que amanhã na DealFlow BR ele aprofundará sobre a Tiger. Além disso, já fica a dica para assinar a Dealflow, que para mim sempre foi a referência brasil de newsletter tech.
Astella Playbook com Daniel Murta
Tenho viés, eu sei, mas o último episódio do Astella Playbook com o founder do JusBrasil Daniel Murta está muito legal. É um baiano bom de papo, empreendedor e inovador. Além da boa conversa e história da empresa, é uma aula sobre trabalho distribuido e como fazer isso nas empresas (JusBrasil é distribuida desde 2012!).
Foto da Semana
Look mom, I can fly - aéreo de Gabriel Medina nas semifinais da WSL em Newcastle Austrália.
Foto da semana é em homenagem a brasileirada tá dando muito orgulho na WSL. Não tem nenhum esporte no momento que o Brasil é tão dominante.
E uma dica: tá rolando etapa do WSL em Narrabeen (AUS). Chamadas da bateria começam as 18:00 mais ou menos.
uma ótima semana a todos,
Lucas
Se curtiu o Sunday Drops, compartilha!
Para garantir o recebimento e evitar que caia no Spam, assinale este e-mail como “confiável” ou “não é spam”, ou mova-o para a sua Caixa de Entrada.