Criadores no Venture Capital
A presença dos creators nos fundos deve aumentar pois eles têm algo muito valioso para os fundadores das startups: um forte poder de distribuição
Artigo da minha autoria que foi publicado na edição de agosto da revista Pequenas Empresas Grandes Negócios.
Os meus leitores mais antigos vão reconhecer a temática. É uma releitura da “A ascensão dos criadores no Venture Capital”.
Existe um novo participante do ecossistema do Venture Capital: o criador ou influencer digital. Exemplos? Os Chainsmokers, que formam a dupla de DJs mais conhecida do mundo, captaram seu primeiro fundo de US$ 35 milhões de 2020. O ator Ashton Kutcher é cofundador da Sound Ventures fundo de Venture Capital que já investiu em mais de 125 startups. Há muitos outros casos.
Mas antes, vamos entender como funciona esse mercado.
No mundo do Venture Capital, há basicamente dois perfis de fundos que acessam os melhores investimentos: Os que lideram e os followers.
Os fundos que lideram tem uma maior responsabilidade estratégica. São respaldados pelos seus sócios, respeito do ecossistema, pelo track record e AuM (capital sob gestão). Seu papel é ser o parceiro que auxilia nas decisões difíceis e esse tipo de investidor costuma ser o mais próximo dos fundadores.
Já os followers são dotados de alguma expertise: podem ter uma base de limited partners que abrem portas, sócios com boas histórias, foco em setores ou processos específicos, capacidade de ajudar na entrada da startup em novos países. Sua responsabilidade é auxiliar o founder em uma atividade essencial.
Acredito que criadores e influenciadores digitais terão participação relevante no mercado de Venture Capital, principalmente no segmento de fundos followers. Não há nenhuma dor maior para uma startup do que a distribuição, isto é, encontrar meios pelos quais pode expor o seu produto para alcançar o cliente final.
E aí que entram os criadores digitais: No momento em que eles ou elas se associam a fundos followers, fazem com que eles sejam mais atrativos para as startups, que enxergam nessa parceria uma oportunidade de melhorar - e muito- a sua distribuição.
Da perspectiva do criador digital, essa parceria tende a acontecer de três formas:
Ele pode se tornar sócio de um fundo Venture Capital ou criar o seu próprio. O seu principal poder de barganha na sociedade será a sua audiência preexistente e poder de distribuição. Esse foi o caminho trilhado pela dupla de DJs Chainsmokers, que se juntou a dois investidores para criar o fundo Mantis.
O criador pode se tornar um Venture Partner. Essa posição refere-se a um parceiro que não atua no dia-dia, mas ajuda nas tomadas de decisão e na prospecção de deals (ressalto que esse papel varia de fundo para fundo). Tiago Leifert, apresentador da TV Globo, é Venture Partner na BasePar, fundo brasileiro de investimento em startups.
Por fim, ele pode se tornar um investidor de um fundo. Foi o que aconteceu com os gamers vinculados à agência americana Night Media. Eles passaram a se tornar investidores, ou seja, limited partners, do fundo de Venture Capital criado pela agência.
O resumo da ópera é que presença de criadores no Venture Capital tende a crescer cada vez mais. Isso porque ele têm algo que os fundadores de startups consideram muito valioso: uma rede proprietária de distribuição que pode ser usada a serviço das startups. Para os criadores, pode ser uma ótima oportunidade, especialmente se decidirem investir nos setores relacionados ao consumo, creator economy ou gaming. Mas tudo vai depender do nível de risco que eles estejam dispostos a correr.
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