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Insights:
Se você só tem alguns minutos, aqui está o que founders, investidores e operadores devem saber sobre alavancagem.
Esqueça horas trabalhadas: A velha equação "tempo = dinheiro" está morta. O sucesso agora depende da sua capacidade de alavancar recursos, não apenas de trabalhar mais.
Quatro alavancas para o domínio: Trabalho (de outros), capital, produto (código e mídia).
A nova divisão: Não se trata mais de rico vs. pobre, mas de alavancado vs. não alavancado. Quem souber usar essas alavancas prospera; quem não souber, fica para trás.
A era da alavancagem infinita: a internet permitiu que o custo marginal seja zero e que qualquer um crie código ou produza conteúdo. Dado essa dinâmica, o retorno pode ser muito maior para qualquer pessoa.
A edição de hoje é oferecida pela… Onfly.
Quem acompanha o Sunday Drops já sabe o quanto eu sou fã da tese de Vertical SaaS – soluções que resolvem diretamente um problema específico de uma indústria ou área de negócios.
A Onfly é um ótimo exemplo disso. Com tecnologia de ponta, ela coloca ordem na bagunça das viagens corporativas. É uma daquelas soluções raras que entregam uma experiência 10 vezes melhor que as alternativas: mais simples, econômica, transparente e totalmente integrada. Não à toa, mais de 1.800 empresas (de todos os tamanhos!), já confiam na Onfly!
Para conhecer mais sobre a solução, acesse aqui: https://www.onfly.com.br/
Alavancados vs. Não Alavancados
Esqueça rico versus pobre, colarinho branco versus azul. Agora é alavancado versus não alavancado.
A afirmação de Naval Ravikant não apenas resume a nova dinâmica do mundo do trabalho e da criação de riqueza, mas também uma verdade incômoda: a tradicional equação 'tempo investido = retorno proporcional' está obsoleta. Em um cenário onde a tecnologia e a informação se propagam exponencialmente, a capacidade de alavancar seus recursos – sejam eles tempo, capital, conhecimento ou conexões – se tornou o principal divisor de águas entre o sucesso e a estagnação.
Alavancagem, em sua essência, consiste em amplificar o impacto do seu esforço, obtendo resultados desproporcionalmente maiores em relação ao esforço inicial. Os indivíduos que utilizam a alavancagem – por meio de trabalho, capital ou produtos como mídia e código – multiplicam seus resultados de forma exponencial. Em contraste, aqueles que dependem exclusivamente da venda de horas de trabalho encontram um caminho limitado para a construção de riqueza.
I.
A primeira grande forma de alavancagem na história foi o trabalho dos outros. Reis e rainhas expandiam seus reinos com o esforço de servos. Enquanto descansavam no castelo, o trabalho alheio gerava valor e renda – uma lógica ainda vigente. O trabalho de terceiros é a forma mais antiga de alavancagem.
Naval maximiza esta alavanca ao trazer talentos extremamente competentes para a AngelList, sua empresa. Eles contratam muitos ex-founders, que sabem construir produtos do zero ao um. Recentemente, o Artur Ribas, da Kiwify, adotou estratégia semelhante ao buscar um Head de Produto e Tecnologia.
Sabemos que a performance dos 'knowledge workers' apresenta uma enorme variação. O esforço individual não se traduz linearmente em resultados; o impacto de um profissional pode ser exponencialmente positivo ou negativo. É tipo uma bell curve.
O grande ponto é que essa arbitragem vem perdendo força no mundo digital. Quando Marc Zuckerberg alega que uma AI já pode programar como um engenheiro de nível médio ou, então, Elon Musk fala que em até 3 anos a inteligência artificial poderá realizar qualquer tarefa cognitiva, isto significa que o trabalho está sendo "encapsulado em código", e que em breve estará disponível para quase todos. Todo o trabalho de non-perfomers e average performers estará em risco nos próximos 10 anos.
E isso potencialmente mitiga e coloca em risco o trabalho como principal estratégia de alavancagem.
II.
A segunda forma de alavancagem é o capital. Dinheiro é uma das formas mais poderosas de alavancagem na construção de riqueza, pois a partir dele é possível financiar novos projetos sem a necessidade de colocar a mão na massa. Outro aspecto incrível é sua escalabilidade: o desafiio está em ser um alocador eficiente, em termos de possuir acesso a bons investimentos. Em, um mundo globalizado, onde o capital flui livremente pelo mundo, ser bem conectado e possuir a habilidade de identificar e acessar as melhores oportunidades de investimento é essencial para maximizar seu potencial e colocar o dinheiro para trabalhar por você.
A figura mais reconhecida que usou e continua fazendo uso dessa estratégia é Warren Buffett, que construiu um império de US$141 bilhões investindo em empresas, utilizando capital próprio e de terceiros. Apesar de estar isolado em Omaha, as empresas que investe ao redor do mundo continuam gerando valor para seu portfólio.
Uma das melhores formas de aplicar essa estratégia é investir em participações em empresas. Imagine um gestor de Venture Capital alocando R$100 milhões de capital de terceiros em um portfólio de 15 startups. Enquanto essas empresas trabalham para gerar retorno, o gestor pode estar esquiando nos Alpes Suíços. O retorno, nesse caso, é mais influenciado pela qualidade das decisões de alocação do que pela quantidade de esforço despendido.
Legal, né? Mas o desafio está no acesso a essa forma de alavancagem: para operar um fundo desse, é preciso alocar até 3% de capital próprio no fundo, ou seja, você precisa ter pelo menos R$ 3 milhões neste caso. Sem falar na dificuldade em estruturar o fundo e conquistar a confiança de investidores. Esse exemplo reforça o ditado "dinheiro gera dinheiro" e ilustra que ingressar nesse jogo, exige, antes de tudo, um capital inicial significativo. O right to play é muito alto.
Outra verdade é que todo empresário, por essência, é um alocador de capital, decidindo diariamente onde investir recursos para maximizar retornos e impulsionar crescimento. Seja em novos produtos, canais de venda ou áreas estratégicas. Essa versatilidade permite que o capital seja transformado em praticamente qualquer ativo necessário para gerar valor, incluindo trabalho, mídia, aquisições ou branding.
III.
Naval descreve o trabalho e o capital como as formas tradicionais de alavancagem. Com a internet, surgiu um novo modelo que parte de uma premissa revolucionária: o custo de replicar é zero.
O que torna essas formas de alavancagem verdadeiramente revolucionárias é sua acessibilidade. Diferentemente do trabalho e do capital, que muitas vezes exigem recursos prévios ou conexões, a mídia e o código estão disponíveis para qualquer pessoa com acesso à internet. Um indivíduo com um laptop e uma conexão à internet pode criar um blog, um canal no YouTube ou um aplicativo, potencialmente alcançando milhões de pessoas sem a necessidade de grandes investimentos iniciais.
Enquanto as formas tradicionais exigem um 'opt-in' – contratar e gerenciar pessoas ou dispor de capital inicial – as novas formas, mídia e código, oferecem um ponto de entrada mais acessível. Com tecnologia de custo marginal próximo a zero, qualquer pessoa com acesso à internet pode participar, driblando também a necessidade de equipes. Não é preciso pedir permissão para escrever código ou publicar na internet. O retorno é, hipoteticamente, ilimitado. Cada nova visualização ou, uso, é só uma linha de código pronta para ser replicada sem custo adicional.
A mídia é uma velha e conhecida forma de alavancagem, desde sempre foi uma ferramenta poderosa de disseminação. Todas as grandes religiões se espalharam pelo mundo por meio de livros — como a Bíblia, o Torá e o Alcorão. A entidade não precisava estar presente; bastava que seus ensinamentos e histórias fossem divulgadas por um papel.
Com a internet, porém, o poder da mídia foi exponencializado. O que antes custava caro para produzir e distribuir, como um livro, hoje pode ser feito a custo quase zero. E, se o custo é zero, a capacidade de escala é infinita. Afinal, alavancagem é a habilidade de multiplicar resultados a partir do mesmo esforço. Joe Rogan começou seu podcast há 10 anos, com poucos ouvintes e sem receita. Hoje, tem 30 milhões de seguidores e um ganhos estimados em USD 200 milhões. O mesmo esforço, mas um ROI absurdo. A linha de custos permanece igual, já a de receita pode crescer muito. O mundo todo despertou e entendeu essa alavancagem: A popularização de plataformas digitais e a história de sucesso de criadores como Joe Rogan, Cazé, Flow, evidenciaram o poder de escala da mídia como forma de alavancagem. A barra ficou e ficará mais alta: a minha aposta é que mídias (influenciadores) com autenticidade e profundidade terão mais sucesso do que os rasos ou mecânicos de massa.
A outra forma é o produto, ou código. O custo de replicar um código é quase zero, e sua escalabilidade é ilimitada. Enquanto Mark Zuckerberg dorme ou luta jiu jitsu, milhões usam o Facebook. Isso mostra que o código é uma forma infinita de trabalho.
Essa alavancagem também inclui sistemas de automação. Lenny Rachitsky, por exemplo, criou o Lenny Bot, que responde perguntas como se fosse ele, usando seu conteúdo autoral como base. Isso permite que ele escale seu tempo e alcance de forma eficiente.
Com a ascensão da inteligência artificial, a alavancagem de produto se tornou ainda mais eficiente. Hoje, uma única pessoa ou uma pequena equipe pode, em muito menos tempo, criar conteúdos e códigos mais complexos e otimizados. A AI não apenas potencializa a eficiência, mas redefine os limites do que é possível alcança. Pense em Satoshi Nakamoto: sem equipes ou infraestrutura, lançou uma revolução global: um sistema financeiro descentralizado, operando 24/7, com custo marginal quase zero. Um único esforço inicial escalou ao infinito, redefinindo alavancagem.
1 + 1 = 3
A beleza da alavancagem é que ela cria uma desconexão entre input e output. Você pode estar de férias, mas o seu negócio continua melhorando e prosperando.
Pensar como Naval impactou minhas escolhas de vida. Durante alguns meses de 2024, trabalhei como consultor de fundraising. Não considerei o melhor uso do meu tempo, afinal, o resultado do trabalho era proporcional as horas gastas - não escalava. Busco e sigo no caminho de atividades que me alavancam.
Todo esse conceito importa porque o mundo não será mais dividido entre empresários e funcionários. Será uma divisão entre alavancadores e alavancados. Mais uma vez, como Naval disse:
“Esqueça rico versus pobre, colarinho branco versus azul. Agora é alavancado versus não alavancado.”
Todos nós, 'knowledge workers', seremos avaliados mais pelos resultados do que pelas horas gastas. Isso vale, quer trabalhemos em uma empresa ou não. Ao contrário da Revolução Industrial, duas horas a mais de trabalho não mudarão muito o resultado da empresa. A pergunta será: o que foi produzido?
À medida que cada vez mais trabalhos são codificados em softwares, a criatividade e a capacidade de executar coisas diferentes se tornarão ainda mais valiosas.
Assim, todos devemos nos perguntar: quais são as alavancas em nossas vidas?
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Lista de ferramentas
Como Naval diz, a maior alavancagem do mundo é o código. Infelizmente eu não programo, mas posso usar código das outras pessoas para me alavancar. Segue uma lista de aplicações alavancam a produtividade. Essa lista foi complementada a partir de sugestões de outros leitores:
Almanaque do Naval
Se você gostou deste artigo, vai adorar o almanaque do Naval. Segue o link do livro:
https://www.navalmanack.com/
Obrigado a Julia Garcia e Pedro Sorrentino pelas contribuições e inputs!
Até próximo domingo.
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