Em uma das andanças por meio da bela Minas Gerais, escutei a seguinte frase sobre o status de relacionamento de uma pessoa:
Mais firme que prego na areia
Desde então, essa singela frase que expõe a fragilidade de um sistema está presente no meu vocabulário.
Frágil também é muitas vezes a diferença entre a reputação de uma marca ou pessoa e o branding que ela projeta.
A melhor visão para pensar sobre esses dois aspectos é:
Reputação é o que as outras pessoas falam sobre você ou sua empresa e branding/marca é o que você quer projetar.
Como diz Richard Branson, fundador da Virgin:
Uma marca é tão boa quanto sua reputação
Branding, criação de marca é algo novo.
Reputação existe desde a época das pinturas rupestres.
No caso de empresas, se você quer se projetar como uma empresa inovadora, de nada adianta ter um orçamento gigante de marketing, um garoto ou garota propaganda ídolo da GenZ se a sua reputação é de empresa velha, antiquada e cringe (me rendi a essa palavra).
O exemplo que me vem na cabeça é do famoso banco vermelho brasileiro que começa com B e rima com esco. Uma famosa propaganda sua é com o desenho os Jetsons, a famosa ~família do futuro. O intuito dessa parceria, segundo o Meio e Mensagem é:
Em fevereiro, o B___esco resgatou o desenho animado Os Jetsons para falar sobre o futuro e promover as ferramentas e serviços tecnológicos do banco
Agora me diz: adianta tentar projetar a marca como inovadora se a sua reputação é de dinossauro?
Pensando em marcas pessoais, o mesmo principio é aplicado.
Exemplo: Existe um investidor que admiro muito chamado Erik Torenberg. Adoro seus textos, podcasts e tweets.
Certo dia li no twitter que foi lançado um site anônimo chamado VC Guide, que permite reviews por parte dos founders sobre Venture Capitalists que eles tiveram contato. Como um admirador, a primeira pessoa que fiz a pesquisa foi justamente sobre as avaliações sobre o Erik:
Ok, nós sabemos que na internet tudo é possível e reviews baixos em sites anônimos não nos diz se ele é fraco como VC (também há review positivos).
O meu ponto é:
Ter uma reputação desalinhada com o personal brand que você expõe tende a ter baixa sustentabilidade no longo prazo. É tipo uma empresa que preza pela diversidade e seu quadro de funcionários é menos diverso que uma mesa de almoço na faria lima.
No mundo da internet, é 10x mais fácil criar branding ou uma marca: você não precisa ter uma propaganda na novela das 9 no caso de uma empresa ou ser colunista de uma revista de grande circulação para ser conhecido.
Tão mais acessível quanto construir uma marca no mundo digital, também é destrui-la. Consumidores, leitores, usuários expõem com muito mais facilidade as suas opiniões sobre as pessoas ou empresas no mundo online.
Uma marca forte é uma vantagem competitiva: construi-lá te fará crescer como empresa ou na sua própria carreira.
Já reputação é uma defensibilidade: ter uma reputação boa perante as pessoas te faz faz forte no longo prazo como empresa ou pessoa.
Como escreveu Warren Buffet na sua carta em 2014:
We can't be perfect but we can try to be. As I've said in these memos for more than 25 years: "We can afford to lose money — even a lot of money. But we can't afford to lose reputation — even a shred of reputation”
Ah,
eu tenho uma personal branding de alguém jovem e inovador.
mas o meu banco ainda é o Bradesco.
E como diriam em Minas,
cuidado para que nossas reputações sejam tão firmes quanto o prego na areia.
Artigo que foi a base teórica e me inspirou a escrever esse texto:
The Gap Between Reputation and Personal Brand
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bom domingo a todos,
Lucas
Excelente!!